100 DIAS
Hoje, percebi que durante o período em que viver não terei mais você aos domingos. Eu sempre tive uma coisa com domingos. Desde que saí do Brasil e deixei de cantar na missa dominical, sentia um imenso vazio e saudade de casa sempre que atardecia no último dia de fim de semana dessa contagem gregoriana. E mesmo após a faculdade, minhas tardes de domingo eram mais pacatas, com aromas e reflexões mais internas. Quando você preencheu minha vida e consequentemente meus domingos, era como se as cores que eu pintava e as telas que eu fazia ganhassem vida na minha vida. Tantos foram os domingos trabalhados, quantos foram os de folga, em ano sabático do sistema capital, muito bem aproveitados e vividos. A sensação de saber que toda matéria densa e ilusória que nos ocupa, e ao mesmo tempo nos facilita a entender que nossa alegria é tão breve quanto nossa vida terrena. E assim também é a falta, a tristeza e tudo aquilo que muitas pessoas me perguntam e eu ainda não consigo falar. Meu olho d...