BIOABS - bioabsorventes para ciclos vivos



Colocar em palavras o que considero ser de fato o trabalho com a Bioabs, respeitando os ciclos vivos e a reconexão com o sangrar, me traz muito o porquê de ainda estar por aqui - aprendiz da TERRA.

Foram oito anos de Rio Grande do Sul; e partilhando dos saberes desse bioma e dos seres que lá habitam, algo dentro de mim relembrou muito do que já sabia, tanto quanto aprendeu coisas novas.

Na foto acima, na mão direita seguro um pote de vidro com sálvia desidratada, justo em frente há um potinho menor com sal, e dois outros potes com artemísia e camomila.
Grandes plantas professoras, curativas e conselheiras.
 Abaixo do banco de vaporização uterina - este feito por um amigo - há uma cumbuca de barro
(onde se deposita a água quente durante os atendimentos com a terapia de vapor)

Há 7 anos, desde o primeiro momento com a vaporização do útero entendi do que se tratara o ritual.
Senti camadas e águas fluidas adentro, do que chamamos de âmago de nosso ser.
Tal aceitação e enlace fez com que se desprendesse de mim uma energia que se conecta de forma integral dentro daquilo que sou. Não sou apenas uma, ou possuo apenas uma profissão.
Não possuo apenas uma visão sob determinada coisa.
É justamente todo o contrário.

Recordo que durante muitos anos, duas vezes ao dia eu fazia 500ml de infusão com algumas dessas plantas - e consequentemente por isso, por conversar com elas e elas comigo - passei a compreender muitas coisas a respeito de mim e do mundo que experimentamos. Estarei retomando esta prática. 

Escrevo esse texto entre a manhã festiva de natal e a manhã nostálgica do dia trinta. Mas algumas revisões foram feitas no dia três de janeiro. Esse calendário gregoriano marca coisas um tanto engraçadas nessa dimensão. Coisas da matéria, o passar o tempo de uma forma não apenas e somente comercial, mas de resilência também.
Nossso mais significativo presente, ao nascer e no decorrer da vida é estar presente.
Estar na inteireza do ser e do momento que se apresentar no agora.
Hoje é kin 75, ÁGUIA PLANETÁRIA AZUL

Aperfeiçoo com o fim de criar
Produzindo a mente
Selo a saída da visão
Com o tom Planetário da manifestação
Eu sou guiado pelo poder da abundância
Sou um kin polar
Estendo o espectro galáctico azul


"Entrego o que me limita ao céu e deixo minha abundância na Terra."

No meu presente há Lia e Zahara, com trinta semanas, e tantas perguntas, tanto amor sentido e gerado. Auxiliá-las nesse processo tem sido um bálsamo de imersão daquilo que estou fazendo aqui.


Hoje acordei com a certeza que sonhei com minha filha. Ela estava a caminho do meu ventre e eu verbalizava, "minha filha". Era conhecida a sensação do reencontro e de finalmente não seguir mais só.

AJ cruzou meu caminho no momento exato, com a proximidade exata do que a gente vibrava.
Depois de quase um ano juntos ele me apresentou então, suas abelhas. Não era uma colmeia qualquer. Ele cultivava de maneira rústica uma colmeia sem a intenção própria de comer ou vender o mel. Era apenas para devolver o maior número de abelhas possível pra terra e poder vê-las interagindo com a vida e fazer seu papel, de abelhas. Com o tempo ele ganhou uma caixa de abelhas nova para aumentar o cultivo, mas por na época ser inverno, ele nunca teve coragem de transportá-las ou retirar o mel.

Minha filha terá um grande amigo e anjo da guarda, que não será seu pai.
E isso é tema grandioso, de conexão, escrita para uma outra conversa.

Meus relacionamentos de maneira geral sempre foram pautados pela neuroplasticidade. Desde muito cedo eu entendi que a luta antimanicomial existia para dar nome as coisas e aos seres humanos que dentre muitas características e adjetivos poderiam sim, ter, ver e sentir outra coisa que não-patologias clínicas com nomes não existentes nos dicionários.

O amor é transgressor. O amor é a desordem. Pois o amor sempre rompe a ordem.
O amor é uma escolha. Diante de um movimento por amor fazemos algo pelo bem do outro. Para fazer o outro feliz. Você não ama se não for capaz de morrer por amor. Viver junto. Passar por algum martírio. Os filósofos intuiram que o amor apenas a si mesmo é egoísmo, por isso é necessário amar o outro. Amar é uma concessão que não legitima o sofrimento e a opressão. Se a minha intervenção oprime então eu não tenho o direto de ser assim. Ainda que ame. 
O amor é silêncio. Dignidade. Respeito. Tolerância. E tudo aquilo que aprendemos ao nos doar. Quando há amor não se pode sedimentar e ampliar a desigualdade e apoiar políticas econômicas que geram a morte, a indiferença, a injustiça. O amor tem critérios. Critérios para lutar, para resistir, para falar e calar. O amor te faz calar. Muitas vezes amar implica ficar em silêncio. Muitas vezes a pessoa não resistiria a ouvir tudo. O amor é modulador. Educa e modula a forma de ser. Ensina.
Ser aberto a isso exige uma grande percepção do outro e uma autopercepção a ações em qualquer contexto.

O ser humano têm vivências profundas através do amor, tanto quanto através da dor.

Aprendemos a dosar e doar as palavras.
E ter a liberdade de falar sobre tudo.
    O amor é exigente. E ao mesmo tempo não pede nada em troca.
A revolução do amor é silenciosa.
Falar apenas quando seja necessário.
Há muito em ecoar vozes.
Há muito em falar sobre o que de fato importa.
Fazer pensar. E pensar junto.
Co-criar.

Eu li no ano passado no Manifesto Crisálida:
 "Seu trabalho vai se apoiar em quatro pilares: educativo, antropológico, ecológico profundo e terapêutico."

E talvez tudo nunca tenha feito tanto sentido como agora.

Falando com uma amiga que está viajando entre Bélgica, Itália e Espanha e ouvindo "Travel Inside" ouço a política de "balas achadas" ecoando do lado de fora. É o Rio de Janeiro. Eu tento explicar.

Lokah Samastah Sukhino Bhavantu.
Que todos os seres sejam livres e felizes, que todos os nossos pensamentos, palavras e ações contribuam de alguma forma para a felicidade e liberdade de todos.”
Meu rezo é para que façamos política pública e liberdade.

Minha mãe me trouxe um café, e isso é bênção.

Que nossos corpos, tão humanos, possam se libertar, ainda neste tempo.

Estou Lais, e assim falei.
--


 








Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

REVISA COMO VÊS A TI MESMO

UM CASAL, PRA SEMPRE

ORIGENS GATHERING 2020 - ANO 8