UM CASAL, PRA SEMPRE
Sempre. Não importa o tempo do que é ou foi, ou o que ainda temos aqui no planeta, e nem como o percebemos, mas sim as conexões que fazemos durante esse curto-tempo; até chegar o nosso "pra sempre".
Há algo de transcendental em acompanhar quem você ama até o último dia de sua vida aqui na TERRA.
Ainda que a espiritualidade nos cuide e nos ensine, e nos prepare para lidar com os ciclos de vida-morte-vida; ser testemunha de algo tão ímpar, tão profundo, aguça meus seis sentidos de maneira a não conseguir mais me conectar com os mundos como antes.
Sempre fui minimalista e imediatista, pouco impulsiva.
De poucos, porém bons e leais amigos. Fieis escudeiros.
Sempre fui livre e caminhante solo. Aprendiz. Até que num dia de agosto encontrei um velho amigo, grande companheiro, e nunca mais caminhei só.
Gosto das palavras e das fotos como ferramentas do comunicar algo atemporal. Que faz sentir o momento exato.
Nessa experiência, ou simulação, ou experimento eterno dos deuses e da mônada-universo, absolutamente nada é previsto. Nem as alegrias, nem as dores do caminhar.
Nem o se apaixonar, nem o se despedir.
Talvez por isso a gente sinta tanto - e muito.
Era Fevereiro quando nos mudamos para o Sitio Pachamama.
Lá começamos novamente, em meio às grandes chuvas, a estudar o terreno, acompanhar o clima, os animais e a vegetação. Praticar o desapego e escolher cada vez mais, o simples. A pedir licença e ancorar nossa energia ali.
Acampamento montado e limpeza do espaço onde seria nossa casa.
Cada matinho arrancado, cada pedra movida, movia também dentro de nós, e ao som dos pássaros e das ideias em nossas cabeças íamos abrindo o espaço e plantando num canteiro as primeiras alfaces.
(que logo alimentariam todas as formigas)
Trabalhos em coletivo, para o coletivo. Rezos para nós mesmos e para o TODO.
Viver como bênção. Conviver como presente de partilha.
Um lugar de paz interior, onde o exterior ia se mostrando, se tornando aos poucos.
Decidimos ir para a cidade três vezes na semana, para organizar a logística que era viver fora dela.
Logo conseguimos extras, com horários compatíveis e flexíveis, e organizamos algumas contas.
Havíamos morado por um ano e dois meses na casa da árvore, com horta e tudo o mais que precisávamos ali. Mas ali não era o nosso lugar.
Ontem enquanto meditava algumas coisas muito bonitas aconteceram:
Sua voz
Não precisar explicar nada
Honrar o que ainda estou fazendo aqui
Paz divinal
Memórias
Acolhimento de meus guias e entidades
Abraço fraternal de anjos e guardiões de minha roda de samsara
Desequilíbrio natural, e retorno ao centro
Como pode você não estar aqui mas estar em tudo?
Encontrei aulas de atabaque às segundas, 16h.
E penso em como você sempre me incentivava a fazer todas as coisas que me enchem a alma.
Retornei aos esportes. Honro o que sobrou de mim e que me leva todos os dias a me movimentar.
Agradeço pelos aprendizados e pelos esforços. Agradeço pela oportunidade e pelas bênçãos.
Sigo caminhante .. no hay camino si no el caminar ..
Agradeço por você Alex .. por nós, pelo seu amor.
(e por tudo que me ensina)
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Por Ana Nase, hermana que registrou fotos simples, num dia simples e comum, de café na chuva, em meio à floresta, aos planos e sonhos, e ao amor de bruxos:
(um eterno presente)
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