ORIGENS GATHERING - EDIÇÃO 14

Aloha família originária.
Nave ancorada durante três dias na barragem de São Chico pra esse evento lindo que tem meu coração.

Existe una capa, uma camada, que cobre a ilusão da matéria para que não consigamos ver.
Essa camada facilmente se dissolve quando fechadas conscientemente nossas pálpebras e conectados com o espírito, nos conectamos com nosso prana, nossa respiração, nosso corpo, um raio de sol.
Compreender isso, esse globo ocular oculto que tudo e nada vê, é compreender 1% daquilo que se revelou.

O portal Origens Gathering fez parte de um fim de um ciclo em minha vida. Despedir da cidade de Canela, rever velhos amigos, abraçar árvores, e ali colocar todo meu sentimento.
Chorar e fluir como um rio, para que nessa mesma fluidez pudesse abarcar tudo aquilo que sou e que aconteceu e que tanto transforma e transformou a realidade. Assim, o portal Origens Gathering fez parte de um novo início em minha vida.

Os caminhos sempre abertos, laroyê, e as entrelaçadas encruzilhadas insistem e persistem pelas entranhas e veias daquela que sou. Estar a aprendendo a ser. Colocando as palavras pra andar.

Analiso portais abertos e fechados. Gracias dadas, fractais recolhidos, explicações não-concedidas,  reencontros prósperos e outros, findouros. Uma palavra que acabei de inventar para algo que findará num futuro próximo.

Hoje leio  T R A V E S S I A S,  da poeta Jessica Rodrigues, mãe da Jasmim e minha amiga; pois certamente fomos atravessadas uma pela outra nesse caminho chamado vida e que legal que nessa mesma vida pudemos nos abraçar ao reencontrá-la no chillout, num domingo de manhã.

                                fotografia @dandararte

Há dois dias, enquanto manejava bambu para um novo projeto de horta urbana. uma das varas caiu em minha cabeça fazendo um buraco que por sorte e proteção, não precisou de um ou dois pontos.
Ainda com bastante dolorida pela pancada e com algumas tarefas cotidianas reduzidas pelo repouso, peguei a bicicleta pra não pensar apenas que quase morri, durante todo o fim de semana rs.

"Morreu de bambu", já pensaram? 

Na volta pra casa o freio da bicicleta arrebentou pela segunda vez no ano. Seguuura.

Se escrevo pra registrar, é bom que aqui fique que dentre conchinhas e pedrinhas, cozinhas roots pelas florestas e colher frutos pelo caminho, certamente o maior presente dessa viagem foi não ter feito ela sozinha.

//continua