PLÁSTICO COMPACTADO E O LIXO QUE PRODUZIMOS MÊS A MÊS

Há algum tempo atrás eu me peguei pensando sobre como não vai dar pra mudar o mundo. E isso é frustante, a forma como "não vai dar tempo."
Alguns amigos próximos que já trocaram essa ideia comigo sabem como de fato sofro (até choro - como boa canceriana) enquanto vou tentando - num dia bom - recolher os lixos que vão passando por mim, nas calçadas e estradas da vida.

O que essa jornada terrenal nos propõe? O que se apresenta?

Dividir apartamento com uma amiga em Mérida, me fez aprender muitas coisas, e um desses ensinamentos que me acompanham desde aquela época e ainda hoje, sete anos depois, é o de compactar o lixo. Ao menos o plástico, as pequenas embalagens que nos competem.

Ora, não é preciso ser nenhum gênio ambientalista ou ter ganhado o nobel da reciclagem pra entender que se o plástico está no planeta, ele está impactando. Dito isto fica claro que está gerando impacto e quanto menos esse plástico for exposto, ou melhor, quanto menos impacto ele gerar em nosso ar, em nossas águas e em nosso solo, melhor qualidade de vida geraremos e deixaremos para os que ficarem por aqui depois de nós.


Falar de ecologia política quando colocada nesses termos elegantes parece coisa de especialista. Mas quando a gente traz pro dia-a-dia e pras pequenas escolhas, nos damos conta de que não é papo de especialista não, é parada de todo cidadão que se importa.

Alguns grupos e comunidades começaram então a olhar para alternativas mais sustentáveis.

Movimentos como o Lixo Zero, surgem como contraponto a esse modelo de produção e consumo, incentivando a redução do uso de plástico e estimulando uma maior reciclagem e reutilização desse material. 

Ontem descobri a Fundação Heinrich Böll, uma organização alemã com sede no Rio de janeiro que juntamente com o movimento Break Free From Plastic disponibilizou a primeira edição, lançada no ano passado, do ATLAS DOS PLÁSTICOS.

BOOMM

Foi o que o meu cérebro fez.

Fatos e números detalhados sobre o mundo dos polímeros sintéticos, resíduos, e tudo o que tá dando errado.
- Como faz para entregar gratuitamente um em cada casa pelo mundo afora? hehehe
#meconvoquempratraduzirisso #letmetranslateit #dejametraduciresto

Esses resíduos contaminam nossas vidas e o meio ambiente e só no Brasil, são mais de 11 milhões de toneladas de plástico, o que coloca o país como quarto maior produtor de lixo plástico no mundo. O plástico contamina praias, afetando o turismo e as populações tradicionais, como pescadores e ribeirinhos. Vai para os oceanos e se transforma em microplásticos, que por sua vez são consumidos por animais, que são capturados e vendidos para o consumo humano. 

(e se você pensou "será que dentro do meu corpo já existe microplástico?", parabéns, você pensou certo)

Grande parte do lixo vai parar em aterros sanitários ou é incinerado, gerando mais poluição e contribuindo para o aquecimento global. O Atlas do Plástico apresenta um raio-x da cadeia do plástico. Apresenta-se como uma útil ferramenta para o debate público sobre como reduzir e evitar este tsunami de plástico que silenciosamente chega em nossos lares, ruas, praias e oceanos. Através dessa leitura, o objetivo é que reflitamos sobre qual é o papel de cada um de nós, cidadãos, governantes, empresas e organizações da sociedade civil nessa luta em defesa de nosso presente e futuro. 

A reciclagem é apenas a segunda forma mais eficiente de resolver o problema. A melhor e mais simples é não produzir nem consumir tanto plástico. Pela praticidade e baixo custo, brasileiros consomem cada vez mais plástico. Contudo, em um país de dimensões continentais e uma vasta população, o que pode parecer um mero produto é na verdade um enorme problema.

Mas como começamos essa luta?


Que o primeiro passo seja o manejo consciente de nossos resíduos e o descarte adequado de nosso lixo somado a leitura deste Atlas.




Deixo o link para download gratuito do PDF:

 https://br.boell.org/pt-br/2020/11/29/atlas-do-plastico

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