NEUTRALIDADE

 Diante da massa de conhecidos e desconhecidos enquanto refugiados climáticos e esse desastre ambiental anunciado, previsto e ignorado pelas autoridades, observo o como fui colocada em segurança por muitas vezes pela própria vida, pelo cuidado da espiritualidade comigo. Estar tão cerca da vida em profundidade e da morte em inteireza é algo que move o âmago de nosso ser.

Esses dias fomos bombardeados não como Gaza, mas nesse lugar de domínio, sentimento de impotência, e retroalimentação do medo; e vibrar numa frequência alta foi desafiador para todos.
Revivo agora em outras histórias, o que revivi dia após dia nestes últimos sete meses: o entendimento do ter e do ser, e do não ter, apenas ser. Ontem conversava com dois amigos e enquanto ouvia histórias sobre Paris, relógios caros e cestas de café da manhã de quatrocentos reais como presente em uma data comercial, eu pensava que não tinha comprado algo "presenteável" para minha mãe nesse domingo gregoriano de dia das mães, mas que ao longo da minha existência vivemos uma relação muito forte em presença. E isso me basta. E sei que pra ela também.

Esses dias eu ouvi algo sobre neutralidade diantes dos fatos de tragédia ou daqueles cujo caráter social nos causam dor. Como se a humanidade se acostumasse e já soubesse o que de fato já está por vir.
Me impressionam todas as ferramentas coletivas e de autogestão que auxiliam doações em massa, organização de coletivos, informação e comida chegando em lugares onde nem as autoridades do governo chegam. Como sempre.

Nâo é no "futuro" onde acontecerá aquilo que tememos ou que tantas gerações aguardam ou evitam. É agora. Cabe, em tempo, percebermos que habitantes de um corpo, temos enquanto humanidade propósitos a serem cumpridos, e uma mística e responsabilidade em atuar, ocupantes desse corpo-matéria.

As causas, lutas, e movimentações com as quais nos envolvemos e aproximamos falam sobre missão de alma. E se você que me lê ainda não despertou para o trabalho da sua alma: o tempo arte é agora.

Existe uma caminhada de plantar e colher que nos auxilia a manter a sanidade, a calma, e a temperança (não sei se o resultado seria a tal da neutralidade) .. mas que nos enraiza e mantém de pé.

Essa forma de caminhar é horizontal e espiralar.

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