CRÔNICA ANTES DOS 31

Longe de diagnósticos, esta crônica é sobre quando alguém que amo muito e que muito me recorda sobre viver na liberdade de ser quem se é, me disse:

- Você está parecendo uma garota de programa com essa roupa e parada na esquina dessa forma.
- Ri.
- É, ou uma trans.
- Sorri.

Tais qualidades reforçaram em mim aspectos de entender o quão feminina e selvagem, elegante e posturada eu deveria estar, naquele vestido. E para uma mulher de um metro e cinquenta muitas vezes vista primeiro em sua fragilidade ou mística - para logo então ser vista como fêmea, sexual e intrigante; ganhei o fim da madrugada.
O pós festa na piscina.
O amor da manhã, tudo naquela hora.
Hoje, enquanto tomo uma xícara de café de domingo já com roupas confortáveis e unissex percebo o que há quase um ano entendi: dá pra ser feliz de novo. Free.

Hoje a crônica é sobre amor-próprio, recolher a própria energia desprendida, se encontrar pra encontrar o outro inteiro também em si - com resoluções para problemas ainda na ponta do lápis, mas saindo em co-criação na matéria. Junto.

Self-reflection. 

A mulher de trinta e um anos que eu me torno cada dia, em cada escolha, rompe ciclos abusivos de seu clã e de sua linhagem. Rompe dores. Rompe crenças infundadas e vive. VIVE.
Se hoje vivo a liberdade é porque a conquisto, cada dia. 


A tudo isso, chamo de sorte.
Asé.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

REVISA COMO VÊS A TI MESMO

UM CASAL, PRA SEMPRE

ORIGENS GATHERING 2020 - ANO 8