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BRECHÓ SÃO DOM DOM (MULHERES NO CONTROLE)

Se tem mulheres no controle eu vou!!  Seguindo o caminhar a economia circular e tudo aquilo que dá sim pra materializar nesse agora e ir colhendo os frutos no karma-futuro. Quando eu tinha uns dezoito anos eu visualizava um casarão onde pudesse colocar partituras do Sexteto Sucupira e trabalhar dando aulas, recebendo pessoas. Agora com trinta e um, ocupar a casa de cultura e resistência que é o São Dom Dom com o meu servir com a Bioabs e o Brechó Ciclos Vivos que vai girando essa roda com mulheres incríveis em COLAB, garimpos únicos e preços raíz, sendo um lugar super acolhedor e free. Não vendemos bebidas alcóolicas. Funcionamos com uma agenda flexível e há um movimento incrível acontecendo que nasce não a partir da chegada da Bioabs na roda, mas com quem veio bem antes, há pelos menos uns 10 anos ali mesmo, no casco histórico de Niterói. Retornar pra minha cidade só poderia ser assim mesmo: vivendo coisas nada peculiares e misteriosas. Se não fosse assim não seria eu. Não seria é...

GAIA CONNECTION

Como se quantifica os aprendizados da alma? Como se coloca em palavras as infinitas dimensões onde você é capaz de acessar, cavar, escavar, ver, compreender, retornar? Eu senti como se cada ferida aberta no meu coração tornasse ele maior, sabe? E não que a gente deva aceitar se ferir, nada sobre isso, mas esse insight veio como a dor e a delícia que é retirar cada camadinha do véu da ilusão e acessar a verdade. Essa que liberta, expande, cria fortes e indestrutíveis laços. Armazena corretamente as memórias. Equilibra o ego. Eu. Através do elo do respeito. Uma jornada que não veio para ser fácil, mas para ser vivida em pisada firme de caboclo. Exu me colocou dentro da Gaia Connection. Laroyê. E bem, se cada vez que registro algo aqui é sobre indizíveis coisas e relatos de uma vida VIVA, fomos nós outra vez pisar em terra boa, avermelhada, que é a Aldeia Outro Mundo. Existem lugares nessa dimensão que te transportam pra dentro de você. ///continua

ESPELHO, VOZ E RAIZ

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  Se é pra brincar, meu quintal é do tamanho do mundo, e nesse espaço que em 18e lá vai bolinha, meus ancestros aqui também estavam, não tão confortavelmente como eu, laborando. Uma história de altos e baixos, descasos e glórias que começa, na verdade, seis décadas antes, quando surgiu na então Vila Real de Praia Grande em 1827 uma modesta casa de espetáculos no antigo Caminho do Capitão Mor, depois rua da Imperatriz, do Teatro, hoje Rua XV de Novembro.  Quando o grupo @reflexodaterra se formou, exclusivamente para a montagem dessa cena como mostra curta internacional do Festival Niterói em Cena 2025 eu me questionava qual seria o resultado final, dessa entrega de dezoito minutos. Era um imaginário pensar ocupar esse palco com nossas vozes, então logo, cogitei a ideia de associar um canto que a muito tempo estudo e escuto enquanto pesquisadora de grupos e etnias nômades. Em coro, KUNGÔ ecoava em nossas mentes, e logo fecharia nossa apresentação. Escolhemos falar sobre ancestr...

UM MÊS PRA PEDIR PIZZA E LUTAR AS NOSSAS LUTAS

Atotô, e que as trocas justas não se deem apenas pela necessidade. Que os deuses continuem me ensinando o equilíbrio do dar e receber, do doar, do estar disponível sem parecer estar sempre disponível. Abrir espaço. (organizar esse lugar-gestalt) Que Hécate abençoe esse caminhar de comunicAÇÃO, criatividade, fertilidade, sabedoria. Que eu nunca me perca de mim, da essência, de tudo que aprendi, e que as emoções do estar-humano nos faça crescer em aprendizado mas não nos soterrem ou sejam maiores que o ponto de partida que é viver. Se hoje escolho tão delicadamente ao que e a quem dedico minha energia, a própria vida, quando vivida con "TÜZ" nos faz entender que oscilar nunca será uma fraqueza, mas que o percurso é a força, o aprendizado em si. Lua grande no céu, dia nublado, inverno agostino ainda latente, e dessa caverna eu firmo alguns decretos. Conversas afiadas, mas de coração. Não desperdiço meu tempo e entre pesquisa de estudo de canoagem e o meu trabalho como tradutora ...

SOBRE A DEDICAÇÃO DO AMOR, OU DEDICAÇÃO À VIDA

Quando eu morrer não quero festa. Nem esses enterros estranhos, convencionais. Que eu vire uma árvore. Doem os órgãos. Não coloquem minha consciência em nenhum CHIP. Traduzam meus textos, leiam e celebrem. As coisas que mais aprendi estarão tentativamente, resumidas por aqui. Foi massa. No hoje eu aprendo sobre a dedicação do amor, que não muda. É quem eu sou. "EU SOU O AMOR DA CABEÇA AOS PÉS" Mas o que eu venho aprendendo é como não ser otária. Saber aceitar o que a vida apresentou e quer dar. Saber dosar o equilíbrio entre o dar e receber, e tendo sempre esú contando-me aquilo que preciso saber, apesar de na maioria das vezes doer, é um plus, um ferramenta a mais, a verdadeira carta na manga. Tenho refletido nessa transição de arquétipo, por assim dizer, onde ainda vibro sim a máxima da prosperidade, mas agora só oferto aquilo que é ofertado. RECIPROCIDADE. Não vivo a moda toma lá da cá, mas o meu sistema atua com "se há tal ação, há x resultado". Não vivo de acor...

AO CONHECER A DOR DESCOBRIMOS O REAL AMOR EM NÓS

Tocada por águas de oxum e convite para adentrar a um novo território dentro e fora de mim, escrevo. Escrevo por que a beleza dos sentidos é perceber. E quando o que sinto não é bonito?  Eu li o que Lachimi Jaya escreveu: Em dias de solitude o coração doía tanto que a única coisa que eu poderia fazer era ficar ali. Era como se, com a ponta dos meus dedos, pudesse tocar algo semelhante a eternidade. Quando a dor surge, as estrelas parecem brilhar diferente, o vento toca de maneira única. A dor nos faz sensível ao toque sútil. A flor está aberta na pele. Por trás e para além, o néctar está ali. Essa experiência da dor é uma abertura. Uma abertura para o diálogo com o espírito da vida. Dentro das agonias, de caminhos que não levam a lugar algum, qual é a verdade para além do sofrimento? Nas perguntas que oferto ao profundo, encontro motivação para seguir curiosamente a trilha do meu coração. A dor é uma ponte entre o agora e o adiante, sendo possível seguir em frente quando temos musc...

PAZ NÃO É AUSÊNCIA DE CONFLITOS

Entretanto, não deve virar uma guerra.  Politicamente falando, todas as relações geram discordâncias. E há o sexismo impregnado em nossas estruturas, em nosso DNA. Foi quando rompi as estruturas, mais uma vez, e minhas palavras foram tomadas apenas por verdades que entendi que quem segue a linha da caboclada não titubeia, como dizem. É a linha de EXU, onde se paga pra ver mas não se nega o que se vive. Palavra. Hoje é domingo e refletindo muito sobre amizade e silêncio venho com um café de pretinho velho escrever um pouco. Esses dias Rafiki apareceu pra que eu pudesse ter um motivo, analisei seu nome, sua história, se ele era um macaco ou eu estava louca. Rafiki em suaili, língua africana, significa amigo, companheiro. E na comunidade LGBTQIAPN+ é um código para algo a mais que amigo. Parece que a vida está sempre tentando mostrar que por ser intensa o que vivo é inteiramente intensidade. Tenho dormido o suficiente, mas no meu corpo, meus pensamentos revivem nossas últimas conversa...

SOL

Ábrete corazón. Respira coração. Faz uma oração: A natureza mostra o que é preciso aprender. É um estudo devagar, se começa do abc - e do coração. Olhar atento e amoroso, posso agradecer a tudo e ao presente que me faz ser. Há uma força viva no interior, ela te move, te guia, no caminho do amor. Na reza e no silêncio, acolhendo toda dor. O tempo se apresenta como um grande professor. Nos ensina a impermanência, a confiar na divina providência. Se mover com VERDADE, resiliência. Somos uma fonte compartilhada. Que tenta não ferir e partilhar LUZ. Partida porém unificando minhas divinas partes. Alinhando a percepção, e lágrimas fazem parte do alinhamento porque é de dentro que saem. "Cria .. você vai ser feliz demais .. estou me aprofundando aqui nas curas .." De tempo em tempo algo se encerra pra nascer dentro de mim.

SOBRE AQUILO QUE ME ACOMPANHA

Eu tenho Zumbi, Besouro,  O chefe dos tupis, sou tupinambá. Tenho os erês, caboclo boiadeiro, mãos de cura. Morubichabas, cocares, arco-íris. Zarabatanas, curares, flechas e altares. A velocidade da luz, o escuro da mata escura. O breu, o silêncio, a espera. Eu tenho Jesus, Maria e José. Todos os pajés em minha companhia. O menino Deus brinca e dorme nos meus sonhos. O poeta me contou. Não ando no breu, nem ando na treva. É por onde eu vou que o santo me leva. Não mexe comigo, q ue eu não ando só. A vida vai se manifestando de diversas formas. Nas manifestações da natureza encontro com muitas formas. Essas formas decidem quando se manifestar e quando comunicar. Quando unir e quando repelir. É a cognição do mundo, de gaia. De tudo o que é vivo. E eu vou aprendendo, co-criando.

OS CALENDÁRIOS AO REDOR DO GLOBO

Confesso que foi uma surpresa daquelas de cair o queixo, quando me dei conta dos calendários existentes no mundo. No alto dos meus vinte e três anos, pensava que o mundo era uma outra coisa até que vi que na escola nunca me ensinaram sobre antropologia ou contagem de tempo. Até ali eu vivia contando gregorianamente, inocentemente, e ignorando digamos que inteiramente o capitalismo. Foi um boom de informação, porque no mesmo ano o meu pâncreas pararia de funcionar por setenta dias, e nesse processo de internalizar, externalizar, não comer, expurgar e novamente ser preenchida de novas e boas coisas que o tal chamado espiritual se fez bem presente. Mergulhei de cabeça pra estudar a Lei do Tempo, o calendário lunar, o Tzolkin, o calendário da agricultura, os conhecimentos guaranis, mitologias ao redor do globo, e quem era esse Gregório que levava o ritmo do mundo no seu calendário "Gregoriano"? Em pouco tempo a sincronização me retirou do 24/7 e da pancreatite, que era resultado...