LA GUAIRA POR UNA NOCHE + VUELO A MÉRIDA

Com um pouquinho de atraso para chegar da conexão Peru - Bogota a espera de 2 horas diminuiu pra 1h que acabou sendo de 30 minutos. Foi um tempinho pra se recompor, esticar a coluna e "simbora!"

E nao, o aeroporto de Colombia nao tinha wifi disponivel. O wifi que nunca chegou.
E uma mãe provavelmente desesperada - a minha.
A parte boa eh que mesmo com a passada por la tive o prazer de ver a arquitetura de aeroporto mais bonita de todas que ja vi. Organizado mesmo. Parecia sei lá MIAMI (eu imagino que deva ser assim em miami). E palmas para os teloes informativos (isso deve ter em todo aeroporto né) e para as placas de banheiro em varios idiomas. Isso me ajudou bastante a me localizar em pouco tempo. Porque é louco: o desconhecido, o "ter que prestar atenção", o "acabou a bateria do celular e não tem tomada" e tantos outros micro aprendizados que norteiam qualquer viajante de primeira viagem hehehe fazem você esquecer até que você fala aquele idioma dali.

Calma Lais não é o Líbano, é um país aqui do lado. Ali, do lado.

CHEGANDO EM CARACAS, 
vale registrar o acontecimento historico que me ocorreu logo de cara, na imigracao.

Sabendo que a Venezuela nunca barra os seus turistas e tem fama de ser o pais que nao importa muito quem entre, e sim quem saia, uma senhora nada simpatica, que trabalhava na imigração, resolveu imaginar que aquela nao era minha primeira vez por ali. No meio da madrugada depois de umas 20 horas viajando ela resolveu me fazer umas mil perguntas, e dentre elas me disse que eu nao poderia entrar ali sem ter uma passagem de volta pro meu pais. MAS ESPERA! Eu conheco a lei, e essa regra so vale para os turistas fora da zona merco sul!

Ignorando meus argumentos, ela foi com meu passaporte em mãos, consultar algo com seu chefe. O chefe do departamento, pra ver então o que iria fazer comigo. Não poderia ser uma aterrisagem tranquila e um desembarque comum, não é mesmo? 
Sorte ou não, esse "gerente" nao estava, e a agente de imigração saiu da salinha em que havia entrado com meu passaporte e resolveu, tal qual inspirada por um anjo, que eu era uma pessoa de bem e da paz, e APESAR da minha fluência no idioma desde os nove anos ser bem duvidosa, ela me deixou entrar. COM UM CARIMBO QUASE QUE TRANSLÚCIDO AUTORIZOU MINHA ENTRADA, e beleza. Primeira etapa concluída.

Na certa, o que aconteceu foram duas situacoes: a primeira que como eu portava poucos dolares e eles não estavam amostra, ela deveria querer me dizer que eu teria de pagar algo pra entrar, pra ver o tanto de dinheiro que eu possuía, pra que ela saísse ganhando uma propina (que ainda que fosse cinco dólares já seria muito) numa boa, ja que na madruga nao tinha muita fiscalizacao. E a outra que pelo meu español e o sotaque ela achou que eu fosse dali. Por fim depois de uns 30 minutos e muitas oracoes a Deus, a Virgen de Coromoto e a Nossa Senhora Aparecida, entrei!

E ai veio a questao mala, que demorou mais uns 30 minutos pra chegar na esteira. E dai em diante foi tranquilo, fiscalizacao já esperada:

Cada pessoa passa sua mala no raio-x, abre, tira tudo o que tem dentro. Todos os produtos de higiene  pessoal são revistados por cães anti-droga, militares com peneiras e funis (para itens como talco por exemplo), e alguns outros procedimentos estranhos pra um país que não vive UMA DITADURA DECLADA, e sim um "governo socialista". Ironia.

Assim que estava pronta de todo essa primeira revista, liguei pro taxi de um hotel próximo dali, o Hotel Catimar que me buscou e me levou pro bairro de La Guaira, onde descansei a noite inteira, e mais um pouco do dia. Conheci uma praia caraquenha e fiz meu primeiro contato com esse país que vai me ensinar tanto.

De volta pro aeroporto nacional umas 16h, fiz o check-in pela companhia LASER e embarquei as 19h com destino a Mérida, la ciudad más chévere. Sério, esse é o slogan da cidade. Cheguei a Mérida umas 21h, desembarquei ainda na pista de pouso e por mais que aquilo fosse novo pra mim, eu percebi que sim, em alguns lugares você caminha de/para o avião. Com as "colas" de carros, ou seja, os engarrafamentos, cheguei na nova casa as 23h o que acabou cansando bem mais, mas compensando, com a acolhida dessa familia nesse momento inicial e confuso.

CLIMA

Acabei sendo presenteada com uma surpresa: a cidade é fria. Fria mesmo. Os 23°C que fazem aqui no verão, se sente como uns 10°C pela falta de costume e pela altitude. Já falei que sou carioca?

Funciona mais ou menos assim: cedinho é puro frio, neblina, e voce acorda com nuvem na janela, 12h faz um quase tipo que calor (20°C) e umas 15h fecha tudo total estilo diluvio - Arca de Noé é fichinha, mas nunca chove, venta muito e fica aquele clima estilo Nova Friburgo durante o inverno.

E pra quem como eu viveu o frio da JMJ RIO 2013, pronto, exemplo perfeito: é igualzinho!

Mérida é uma cidade pequena, agricultura familiar, um povoado desenvolvido. Parece aquelas cidades de ficcção. Tem um passado bonito, antes de todo regime militar. Tem uma cultura tão linda quanto suas belezas naturais. Você olha pra cima e percebe que está num "buraco", com muitas montanhas cheias de neve ao seu redor. Você percebe que as ruas não tem placas, e que todo mundo se localiza utilizando de referências. Mérida tem a sorveteria que tem o recorde de mais quantidade de sabores num cardápio, pelo Guiness Book. São 860 sabores diferentes. Heladeria Coromoto. Fica na frente de uma praça, e não abre aos domingos. Sorte a minha provar os sabores.

Mérida tem montanhas com caras de indígenas. E há una enseñanza para tudo o que vim aprender aqui.

No mais, tudo indo bem e tranquilo com a graca de Deus e dos caminhos.

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