ECONOMIA REGENERATIVA

 
Talvez essas duas palavras causem em você o mesmo que causava em mim no início desse mês: um ponto de interrogação.

Quando comecei a fazer o curso de ancestralidade e contemporaneidade, eu imaginava vários conteúdos a serem abordados dentro desse nicho, mas confesso que nunca me passou pela cabeça que falaríamos de economia, ou sequer de biomimética google it.


economíado latim medieval como oeconomia, e do grego oikonomy, formado a partir da combinação de: oîkos, que se refere à ideia de casa ou morada, com raiz no indo-europeu weik-(1), no que diz respeito a um grupo de indivíduos, e o verbo némein, interpretado como a ação de gerenciar ou distribuir, com referência no indo-europeu nem-, por atribuir. A partir desta denominação os gregos antigos expressavam uma ideia geral: a administração de tudo relacionado a uma casa. Com o passar do tempo, esta palavra foi aplicada à administração de qualquer atividade humana, na qual é necessário responder a três questões fundamentais: o que produzir, como produzir e para quem produzir.

regenerardo latim regenerare, tem como significado produzir de novo aquilo que se havia destruído. O prefixo -re (atrás, de novo) e o verbo generare (produzir), voltar a gerar, atribuir vida, recuperar ou reabilitar.

De que forma a economia e a ideia de ser um ser integral, que convive, tinha surgido no meio do meu curso sobre ancestralidade? Como fui fisgada por esse conceito? Qual a relevância disso? Porque esses conceitos movem dentro de mim?

Estamos saindo de uma era de co-dependência e entrando numa era de convivência.

Sempre que eu falar era desejo que você pare de imaginar uma tarde de sol mágica onde de repente toda a humanidade haverá recobrado uma consciência ímpar vinda dos céus rs
NÃO. Sejamos realistas. Sempre que se fala em era, ou nova era, estamos falando do início de um novo momento na história da humanidade. Assim como certa vez já vivemos na idade da pedra, acreditamos que aviões nunca voariam, ou que teríamos recursos infinitos (como água ilimitada, que ingênuos).
Entender hoje, que nossos recursos são finitos, e que precisamos EQUILIBRAR dentro deste sistema no qual estamos inseridos, dentro deste "modelo de negócio" é o primeiro passo para a descoberta que muda tudo: o que está disponível para mim, não deveria estar também disponível para o "eu-comunidade"?

A economia regenerativa é você dar mais do que você retira desse sistema. É criar mecanismos de regeneração. Criar formas para que a gente regenere.
O tempo de regeneração é proporcional ao tempo de uso. Numa falsa sensação de realização e crescimento, a humanidade foi retirando mais do que dando, do nosso planeta. E a abundância da Terra tem um "teto", um limite.
As estruturas que se sustentam das injustiças sociais é algo que foi se formando, há milhares de anos, sem solidariedade nenhuma, buscando sempre interesses próprios; repetindo discursos de competitividade, superioridade, discursos sobre "ter".
O massacre publicitário industrial e midiático, produz, cada qual a seu país, frases feitas de como "ter sucesso na vida", "como ter conforto". A vida como nos é apresentada com esse slogan de "satisfação externa" ignorando a miséria, o abandono, a constituição, à exploração aos animais, não traz felicidade à alma.
Só fortalece o lucro a qualquer custo, e destrói o planeta.

Já passou da hora de pararmos de repetir que o particular é melhor, que o "caro" é melhor, que vencer na vida é ter dinheiro, que precisamos ter o carro do ano, o celular no ano, e muitos seguidores.

A necessidade de incorporar os valores da economia regenerativa na sociedade, vem da forma como somos reagentes e causadores de reação. Vem da forma como somos levados a não perceber ou sequer elaborar o "eu-indivíduo" como organismo vivo, que atua, se conecta à natureza e é parte da ciclicidade, nesse processo necessário de se recolher seguro como ser humano, como projeto, como sonho, como pessoa, para nesse recolhimento acessar a si e depois expandir, com consciência e cuidado, ancorada no todo.

Quando eu idealizei escrever sobre economia regenerativa nesse início de retomada de comunicação digital escrita me perguntava como eu poderia fazer esse link, dos conteúdos diversos que ressoam em mim, ecoar aí em você leitor, gerando mais vida - sabendo que a nível global não há mais recursos disponíveis para retirar.

Como criar qualquer coisa, uma ideia, uma empresa, um serviço, um voluntariado, uma ação, uma ONG, um projeto, um MEI? Como conversar com esses novos empreendedores, e incentivá-los, sabendo disso?

E a resposta veio tão simples como foi acessar a tudo isso: as pessoas não precisam empreender. Elas precisam entender a importância do ecoempreender.

Numa linha do tempo bem resumida, a chegada do homem no sistema, já na época da colonização marcava um tempo de "poucos recursos" em relação a toda tecnologia e inteligencia artificial que já alcançamos. Na onda do ambientalismo, foi uma evolução super rápida, se considerarmos a ideia de que antes não retirávamos óleo do solo (leia-se petróleo).

Dentro do mundo existem muitos mundos para serem alcançados e enlaçados. Um processo longo de nos responsabilizarmos por nossas ações. De ir ao encontro do outro - e de nós mesmos. Entender os ciclos de vida, morte, vida.
Encontrar essa Lais de vinte anos, nesses textos antigos, me fez encontrar uma caixinha de surpresas. São memórias e registros do início do que seria a transformação da pessoa que sou hoje (ainda em transformação).
A maneira que com o passar do tempo somos capazes de enxergar que fizemos o melhor que podíamos com a informação que tínhamos naquele momento. Como não há inteligência política coerente ou abordagem acertiva dentro do contexto histórico em que vivia e registrava. Como era apenas eu, e alguns relatos de uma menina sem embasamento vivenciando uma oportunidade incrível (que ela mesma co-criou) e se percebendo cidadã desse imenso mundo, numa perspectiva ainda tão jovial.

Quem sabe isso seja evoluir, experienciar. Quem sabe daqui há seis anos eu considere que a Lais de vinte e seis também não sabia nada rs
Quem sabe não era a Lais do passado abrindo espaço, dando uma base, para que a Lais do futuro (que hoje é presente) pudesse registrar, desde um lugar seguro, suas experiências em profundidade.

Percebe a importância de acessar esse conteúdo?

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