PILOTO
Estamos no ano de 2020. Parece meio futurístico falando assim. Vai parecer mais ainda quando você ler as próximas linhas escritas: estamos numa pandemia. Existe um vírus denominado COVID-19, que se ocupou de colocar a todos nós dentro de nossas casas - a nível mundial. E por mais louco que isso possa parecer, apesar da quarentena já durar alguns meses, a reativação deste canal de comunicação tem por motivo maior e atemporal estabelecer novas narrativas.
Na verdade quando reli coisas que havia escrito há alguns anos atrás, quando vivi na Venezuela - por exemplo, o primeiro pensamento foi o de retirar tudo do ar - afinal, quantas pessoas ainda poderiam acessar e não compreender (assim como eu não compreendia na época) que meus comentários partiam de um ponto de vista pessoal, e bem raso, de ser humano que teve - em sua formação religiosa e de segundo grau - pontos de vistas sempre europeus, brancos, de ensino eurocentrado nas escolas, tão segregado e limitado, tão despolitizado, dentro de um sistema capitalista que nos afasta de tudo que possa ser sustentável, criador, genuíno, e seu por pertencimento.
Nos querem limitados e seres não-pensantes. Nos querem desiguais.
Se a gente considerar uma cronologia, de lá pra cá, foram "apenas" seis anos. Ainda dá tempo de voltar aqui e me retratar.
Ainda há tempo de ser peça chave na luta e no boicote ao sistema.
Espero que dê.
Antes eu não escrevia pra ninguém. Acreditava que minha forma de ver o mundo era minha, e nada mais. Acreditava que tinha sonhos grandes demais, que era minoria, achava que o mundo era assim mesmo. Alguns anos se passaram e eu percebi que estava equivocada. Há muito o que eu posso fazer do micro para o macro. Já que tudo que acontece fora também acontece dentro. E tudo que acontece em cima, também acontece embaixo. Já que nós estamos onde devemos estar. Percebi que antes falar de qualquer coisa, de educação, de sistema de ensino defasado, de conteúdo informativo global, de economia regenerativa, de movimentos coletivos, de menstruação sustentável, de linguagem e sistema de ensino, indústria do consumo e comida do amanhã, lixo e #nãoexistefora, primeiro eu precisaria entender e me colocar de maneira a abordar numa linguagem bem simples, que todos entendam, aquilo que deveria ser ensinado nas escolas, seja nas séries iniciais ou no ensino de jovens e adultos; para que todas as pessoas aprendam a pensar, a se questionar, olhar pra dentro.
Hoje escrevo no intuito de viabilizar questionamentos, dentro desse mundo em que habitamos, nesse tempo agora, nutrindo novas formas de olhar. Hoje percebi que escrevo pela mesma razão que dou as minhas aulas de espanhol ou de inglês cobrando valores acessíveis (sociais). Na verdade, ao longo desses anos percebi que nas minhas aulas eu falava de muita coisa que levava tanto o aluno, quanto eu, a sair pensando melhor a respeito de um monte de coisa. Escrevo porque acredito nessa troca. Acredito ser possível expandir o acesso da dignidade humana, conforme o avanço da tecnologia, sem distinção de etnia, nacionalidade, sexualidade, ou cor. Escrevo porque percebo que vivo num mundo dentre vários mundos, e como cidadã global escolho me posicionar por um mundo sem desigualdades, livre da exclusão comunicacional, sem barreiras idiomáticas, pela união da tecnologia com o que há de mais humano: o outro.
Escrevo porque escolho ser agente de mudança no processo evolutivo e na transição à sociedade do bem viver: honrando nossa ancestralidade, a igualdade de direitos e saberes, o cuidado com a terra e o amor.
Escrevo porque escolho ser agente de mudança no processo evolutivo e na transição à sociedade do bem viver: honrando nossa ancestralidade, a igualdade de direitos e saberes, o cuidado com a terra e o amor.
Este post "piloto" deste momento em que a nave terra se equaliza a um novo padrão vibracional, onde na história da humanidade nós ainda vibramos na monocultura, ainda perdemos a oportunidade de construir um pensamento crítico a respeito da raíz das coisas, ainda acreditamos que sejamos seres super evoluídos, e onde alguns - seres da comunidade arco íris vem despertando - vem com o intuito de ser agente de transição: revisitar pensamentos, romper padrões, impactar de maneira positiva, politizar e nos fazer agir, me fazer agir, dentro do lugar em que nos encontramos / me encontro.
Lua nova em câncer, solstício de inverno, muitas energias que movem e nos fazem sentir de florir os campos apesar dos limites e das cercas, apesar do tempo de recolhimento, e de todas as pelejas nesta experiência de estar/ser humano (que nos faz quem somos). No que eu puder ver beleza, apesar das adversidades e intempéries, o quanto eu puder manejar os substratos alquímicos do meu sentir, meus conhecimentos e a realidade à minha volta - enquanto mantiver a sanidade - estarei aqui: aprendendo e ensinando.
Imagina então se eu alcançasse corações.
Na energia do dia de hoje, o milagre da vida, o potencial vivo que reside dentro de nós, o crescimento da inteligência criativa, o amadurecimento, o florescimento, a sabedoria - assim como uma flor que sabe como crescer e florir na Terra, cada um de nós possui a forma de manifestar suas intenções mais profundas. Devemos focalizar no que desejamos que floresça em nossas vidas, com intenção e precisão. Uma vez plantada e regada, o processo natural do florescimento acontece, trazendo sua beleza e riqueza.
Ainda que haja uma pandemia, mesmo que nosso "novo normal" seja com muito álcool gel e máscaras - nos impossibilitando de dar e receber sorrisos: eu te vejo, porque EUSOU um outro você.
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