MARKETING E PENSAMENTO CRÍTICO (a raíz das coisas)

Numa tarde de sexta-feira tranquila como a de hoje revisitei umas anotações das aulas danzamedicina - e me deparei justamente com a aula de Marketing e Tipos de Comunicação.

Seres pensantes. A globalização do conhecimento a partir da "velocidade internet".

No caminho do observar o que me permeia descobri que tenho certo receio à terapeutas instantâneos, ou especialistas de cursos express, que não mostram o que levam em sua bagagem e em suas "horas de vôo", e de certa forma querem sair por aí "iluminando" e "salvando" a todos.
O mundo atual que permite que estejamos tão próximos uns dos outros é também o que nos separa. Vivemos num mundo digital sob muita cooptação.
A exemplo temos nossos celulares, que graças aos algorítmos e ao microfone ativado, escutam o que a gente fala e depois mostra pra gente anúncios que mais parecem terem sido feito especialmente para o nosso alterego -  opa,e não é que foram mesmo?
Consumir ou trabalhar com infoprodutos ou com a "criação de conteúdos" de maneira geral (e principalmente nesse universo internet) tem um peso muito grande.
Vejo os influencers - informando ou fazendo pensar sobre algo de forma atemporal e sem saber ao certo o alcance disso. Nós nos atraímos pelo que nos identifica em determinado momento ou pelo que sentimos, que faça sentido dentro da nossa vida - e assim também é nas redes digitais.
Mais ou menos pessoas vão me ler, vão acessar a minha "vitrine" se os conteúdos abordados gerarem curiosidade, similitude (de alegrias ou dores), ou ainda, aspectos a serem desbravados dentro.

O que a gente atrai? O que a gente conecta? Pra quê você faz determinada coisa? Pra quem? Qual é a minha verdade? Qual a verdade de cada um?

A escrita por exemplo, faz com que eu me ouça.
Desacelera e organiza os muitos pensamentos.

Quando me vi parte de uma grande empresa comecei a observar, empresas.
Observar pessoas que faziam parte de empresas. Há dois, cinco, dez, doze anos.
E ao observá-las, percebi o ritmo com que as coisas fluem.
A intenção por trás de cada ação me trazia uma infinidade de nortes.
Como era possível eu estar ali de corpo e alma, trajada do personagem recepcionista, se minha mente e esforços estavam voltados para "quem é esse público alvo pro qual disponho minha energia de trabalho?"

Se a gente nem considera com quem queremos trabalhar - colegas e clientes - como podemos dizer que estamos de fato conscientes? À serviço?

Se a gente nem considera aqueles que não têm acesso à internet, dentro desse mundo globalizado de tanto "progresso", a gente tá falando (e fazendo) realmente pra quem?

Defendo muito a raíz das coisas.
Aquilo que a gente se propõe a fazer quando abre os olhos, coloca o pé direito no chão e pensa: VAMOS LÁ PLANETA, ACORDEI! MAIS UM DIA! VIVAA!

Quando tomei a postura de me questionar e silenciar - como aprendiz de vivente no tempo natural - comecei a perceber o que meu universo atraía e o que ele repelia. Lembro do meu gerente na época que numa de nossas reuniões foi bem claro ao dizer que ele não sentia mais minha energia inteiramente ali, e que era como se eu estivesse passando por picos de criatividade laboral: altos e baixos, altos e baixos.
E era verdade. Nessa mesma conversa fui percebendo a ciclicidade das coisas, os inícios e finais, os meios, e as "não-coincidências" dos fatos. Como tudo estava conectado.
Um pouco antes de sair daquela empresa devido a pandemia, já havia tomado a decisão de forma consciente de me desligar daquele sistema, e ao fazê-lo todas as energias ao meu redor começaram a se mover, junto comigo.
Muitas vezes só precisamos dar um passo e o caminho se abre. É só agradecer e dar mais outro (passo).
Todas as experiências em si já são a experiência. Já nos ensina algo. Nos faz ter que reagir, responder de alguma forma - e esse reagir pra mim, se transformou num questionamento diário a tudo aquilo que me atravessa: "o que eu vou fazer com isso? como vou reagir?" .. e vou me perguntando o mesmo, a cada vivência.

Olhar nossas limitações e nossas contradições e ouvir o outro, antes de colocar a fala, o ponto de vista ..  olhar com carinho para o transbordamento de tudo que a gente consome: no visual, na música, na leitura .. para que o excesso não se torne a falta e a gente possa ir aprendendo a organizar os pensamentos, aprendendo a falar com a consciência do agora, o poder das palavras - e a importância de se levar uma informação.

Parafraseando o Emicida: são velhas agonias e novas tecnologias.

"Não esqueço os esquecidos e eles não esquecem de mim."

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