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Mostrando postagens de 2023

JORNAL DAS 7 MULHERES

Uma janela tempo e o convite para ser uma das redatoras e colunistas do Jornal das Sete Mulheres: o único jornal independente, de esquerda, comunista, e com consciência , feito por mulheres, na Serra Gaúcha. Nossa primeira missão foi realizar a cobertura do 51º Festival de Cinema de Gramado, de 11 a 19 de Agosto de 2023 .. grande começo não? Na pessoa da Fernanda Silva Dahmer, mulher, mãe e grande amiga de alma, fundadora do jornal, recebemos o convite para iniciar essa jornada. Eu e outras seis mulheres, sem importar o que estaríamos vivenciando em nossas vidas particulares e individuais, estaríamos emprestando nossos corpos e colocando a energia desses mesmos corpos de modo a ocupar, ser parte e registrar para fins futuros de comprovação que o sul do país não é, nem de perto, nem de longe, uma coisa só. Essa miscigenação e colonização sulista, perpassa então por mulheres em longa caminhada de resgate ancestral como nós, e reverbera afirmativamente em resposta a cada uma de nós com os...

ENTENDER O SERVIÇO

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Entender o serviço é também, não propagar deserviços. Sempre que tenho a oportunidade de em meu presente revisitar algo de muito belo, bom e agradável em meu caminho espitirual sinto como se a câmera do cosmos me desse de presente o registro de imagens. Sendo jovem, não viajei pela América Latina na "era stories", quando viajava era por conta e risco, sem um celular de última geração programando por mim, ou transmitindo os meus aprendizados. Talvez essa escrita seja também um registro analógico de tudo o que venho experienciando aqui. Os registros abaixo, não programados, foram do evento intitulado chá de bênçãos, do gestar e nutrir de uma amiga de caminhada, a Brena, e seu companheiro Giovani. Um querido casal de bruxos, e guardiões amorosos do pequeno Aruã. Não de maneira coincidencial, o Alex me levou de moto até o Sitio Colibri, e esse foi nosso primeiro passeio juntos.  Um chá de bênçãos, é um pouco diferente de um chá de bebê tradicional cultural da nossa sociedade. Sem...

60 DIAS

Até os primeiros cem dias da partida de um ente querido, a reformulação e o processo de toda nossa vida, o quem somos, aquilo que nos acompanha, o que ficou dos planos, os ofícios da matéria, as não-importantes coisas, os respiros entre loucura e sanidade .. quem você conhece pelo caminho, e quem não te abandona por esse mesmo caminho, passam como um pulsar todos os dias, de três a cem vezes. As responsabilidades que assumimos ao ato sublime de amar alguém, de incluir outro ser humano, dotado de suas experiências e seu próprio tempo - à nossa vida e nosso próprio tempo. As responsabilidades que ficam e a honra que é, ainda após o fim, sentir-me parte e conectada e herdeira de tudo o que na partilha do tempo, aprendemos juntos. Não há fins de fato. Há recomeços, dentro de um eterno aprender. Cada um destes sessenta dias foram um mergulho profundo; e deixaram marcas em minha alma e curaram outras, restando apenas as cicatrizes das batalhas, sabendo que nem de longe perdemos essa guerra. ...

POLYGLOT CLUB

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Para mí siempre fue interesante el hecho de ser bilingue.  A los ocho años empecé a leer las primeras palabras en un libro y reconocí que dentro de mí existía el latino corazón - de esta y de otras experiencias de vida y mundo. En mi niñez he tenido una cuñada guarani-paraguaya con quién he compartido algunos de estos bonitos recuerdos de las primeras veces con un grupo de jóvenes. Entender el mundo con idiomas distintos, ser contra las fronteras, viajar a vivir y sentir los lugares, su territorio, su cultura, fue un llamado de mi alma a los diecinueve años de dad. Cerca de la facultad de turismo había algunas opciones como las clases de inglés que tomé de modo intensivo en el CEVAM, de lunes a viernes, las clases de la ULA, donde estudiaba Italiano y Alemán, y las clases de Francés, que tomaba de forma personal con el amigo y profesor Jose Parada. (compartimos muchos sábados de salsa y pasta, entre portugues y frances .. soy muy feliz por estas memorias y por la manera como ha rec...

Strength, Courage & Wisdom

PRIMEIRO DE DEZEMBRO DE DOIS MIL DE VINTE E TRÊS. Uau. Há um ano arrumamos nossas malas para nossos quarenta dias de férias. Há um ano chegamos aqui na minha cidade, e você se apaixonou novamente por si, e pela vida. Conheceu praias, fez amigos novos, experimentou comidas, tomou muita água de coco, conheceu o meu lugar. Reencontrar o meu lugar (tarefa de quem ficou). O que eu quero? O que espero? O que faço aqui? Quem eu sou afinal? Logo eu, que sempre fui o meu lugar dentro de mim, e depois você ser o meu lugar preferido. Eu li:  "Ao limite do que é conhecido em mim .. abrirei meu espírito para receber ensinamento e inspiração." Reorganizar o que ficou de mim, de vida, mudança, felinos, dinheiro para fazer esses movimentos. As experiências que sigo sendo testemunha, não de agora, mas desde quando escolhi nascer, desde quando a espiritualidade me chamou à existência com sua complexidade e mistério - ainda que de forma inerte - ativo-passiva. O tempo. As novas primeiras vezes....

UM CASAL, PRA SEMPRE

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Sempre. Não importa o tempo do que é ou foi, ou o que ainda temos aqui no planeta, e nem como o percebemos, mas sim as conexões que fazemos durante esse curto-tempo; até chegar o nosso "pra sempre".  Há algo de transcendental em acompanhar quem você ama até o último dia de sua vida aqui na TERRA. Ainda que a espiritualidade nos cuide e nos ensine, e nos prepare para lidar com os ciclos de vida-morte-vida; ser testemunha de algo tão ímpar, tão profundo, aguça meus seis sentidos de maneira a não conseguir mais me conectar com os mundos como antes. Sempre fui minimalista e imediatista, pouco impulsiva. De poucos, porém bons e leais amigos. Fieis escudeiros. Sempre fui livre e caminhante solo. Aprendiz. Até que num dia de agosto encontrei um velho amigo, grande companheiro, e nunca mais caminhei só. Gosto das palavras e das fotos como ferramentas do comunicar algo atemporal. Que faz sentir o momento exato. Nessa experiência, ou simulação, ou experimento eterno dos deuses e da môn...

PALAVRAS E COMPOSIÇÕES

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Em ordem não cronológica, minhas colagens modo analógico sempre me dizem de modo atemporal as palavras precisas, as mensagens certeiras para o meu presente. Meu eu do passado fotografou e registrou o que hoje me firma por aqui nesses trinta dias em outro tipo de conexão comigo, com a vida e com o meu esposo. Encontrar essas linhas, feitas em outro momento da minha antiga vida me mostra algo pelo caminho. Algo do que fui, do que era, do que sou.  Uma exposição virtual e perpétua de pensamentos antigos, porém atuais:  

"Mekukradjá Obikàrà: com os pés em dois mundos."

Sobre a passagem de meu companheiro, o tempo, e os ciclos de vida-morte-vida. Há quinze dias estou nesse processo de assimilação. Dezesseis. Quase vinte. É cedo para escrever? É tarde pra registrar os detalhes? Como entender esses recortes que estão em minha cabeça? Como equilibrar essa vida nova que surge a partir de toda essa mudança? Mais alguns dias se passaram. E eu ainda estou aqui. Era um dia sol cósmico amarelo, kin 260, e eu ouvi sobre estímulo e inibição. Pressão, inflação (do ato de inflar-se). Acolhimento e ataque. Somente uma continuidade dessas qualidades-movimento em ciclicidade, faz-se possível e sustentável à tecnologia invisível dos fluxos vitais que "garantem" a vida. Há algo de muito ancestral em ir para frente em consonância com o que está atrás. Mesmo por meio de mudança transformacional ou destruição espontânea, a ciclicidade impera na natureza transitória das coisas, na mediação da vida e da transfiguração. Ação e ascenção. Decantação após o ápice, rep...

ABUELA TERESA

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  Eu tenho uma estrutura interna que suporta grandes conexões, apesar da baixa estatura. Essa é a senhora Teresa, a minha abuela venezolana. Nascida em 11 de Julho, canceriana como yo. Nos encontramos na cidade de Mérida e ela me alugou um quarto na sua casa, e outro no seu coração.  Essa foto é do dia da minha formatura, e foi tirada pela minha mãe. Dona Teresa foi parteira, enfermeira, vendedora, militar, mãe, sabia um pouco de tudo, e fazia arepas bem cedinho pra acordar a gente. No café, ensinou que misturar um pouquinho de chá de hortelã na xícara já servida nos traria mais clareza no dia. Privilégios de conviver com ela. Senhora Teresa criou e compartilhou a vida com seu filho César, que conheci já adulto, que possuía grau de autismo e me ensinou a jogar xadrez. César fez pra mim em território ditatorial o melhor pie de limón, torta de limão, da minha vida. Receita de domingo. Há memórias mais vivas do que eu poderia desenhar ou escrever. É um grande presente poder perce...